Capitulo
4 - Parte 3
Hugo
Apesar de estar em um
lugar estranho e aparentemente inabitado, Hugo parecia reagir bem. Desde que
desceu da pick-up, Carla esteve do seu lado aparentemente bastante abalada com
tudo o que havia acontecido naquele dia mas ela tentava esconder talvez para confortar
a si mesma, fazendo-a acreditar que ela realmente estava bem.
Enquanto todos pareciam
fazer alguma coisa, os dois estavam se sentindo destacados, inúteis,
apenas mais dois pra trazer preocupação aos seus amigos. No bolso da sua calça,
Hugo tinha uma arma de choque que ele já estava segurando quando disse a Carla
com um sorriso triste e ao mesmo tempo confortante no rosto.
— Não sei se isso
pode fazer algum efeito com aquelas coisas. Mas pode te proteger em algum
momento.
— Obrigada! Mas o que
você vai usar pra se proteger. — Carla disse ao pegar a arma de
choque das mãos de Hugo deixando escapar toda sua preocupação com o que poderia
acontecer com todos eles.
— Não se preocupe.
Meu irmão é muito bom com armas. Ele fez um curso de tiro quando eramos mais
novos. Ideia do nosso pai. E é mais seguro uma arma nas mão
de alguém que saiba usar do que nas mãos de um tolo como eu. — com
um rápido sorriso no rosto.
— Hugo. Você sempre
foi o mais sensato entre todos nós.
— Eu sempre fui é o
mais medroso. Isso sim é o que todos dizem.
— O medo as vezes é o
que nos mantem vivos. Mais importante que toda coragem no mundo. Eu sinto que
as coisas a partir de agora só tendem a ficar mais difíceis e impossíveis de se
lidar. E não é a coragem que vai nos manter vivos. Coragem não adianta contra
essas coisas. Eu olhei nos olhos deles lá na padaria. E não vi nada alem do
vazio. Até mesmo um animal selvagem teria algo mais nos olhos do que aquelas
pessoas. Pareciam zumbis. — Carla disse com uma tristeza que a
consumia mais a cada palavra. E que, percebendo aquilo, Hugo resolveu mudar de
assunto. Talvez se encontrasse algo fazer, ela podia esquecer aquilo por um
tempo. E ao mesmo tempo ele não parava de pensar sobre o que ela dissera sobre
os olhos frios e vazios de todos aqueles que pareciam mortos-vivos que por
pouco poderiam te-los matado, ou pior.
— Ei. Esquece isso.
Vamos até a porta e ver se conseguimos ajudar o Jonny e o seu Mário a abrir a
porta.
— Tudo bem. É melhor
mesmo.
Eles foram em direção a
porta e notaram Leo saindo de perto do João indo em direção à Carlos e Ana que
estavam de pé ao lado da pick-up. Mariana estava logo ao lado de João e os dois
mexiam em algum dispositivo ligado a porta. Um 'beep' surgiu, logo seguido de
mais um outro som de uma trava.
— Pronto.
Conseguimos. — disse João olhando para Mariana e Mário.
Hugo e Carla já estavam de
pé ao lado dos trés. Quando Hugo notou que Carlos, Ana e Leonardo já estavam a
caminho da porta. Ele olhou novamente para a porta tentando enxergar além do
vidro embaçado da porta.
— O que esperamos
encontrar lá dentro? — Ele perguntou.
— Respostas. Meu
caro. Respostas. — Mário respondeu. Olhando nos olhos dele tentando
encontrar a mesma esperança que ele cultivava.
— Vamos? — disse
Carlos ao se aproximar do grupo. Ninguém respondeu. Todos se calaram e entraram
no laboratório.
A entrada principal era
enorme e ao mesmo tempo vazia. Não tinha lada além de um corredor que seguia ao
lado direito de uma recepção formada apenas com um balcão com um letreiro de
aço com o nome: "MaxLótus".
Todos seguiram em direção
ao balção. Haviam dois computadores lá, porém apenas um estava ligado com a
seguinte mensagem na tela: "S2-27-B". Mas o que
aquilo significava, Hugo não fazia ideia.
— O que isso quer
dizer? — ele perguntou olhando para Mário.
— Não sei.Talvez seja
uma senha. Ou algum código de localização. — Mário
respondeu.
— Olhem nesse mapa.
Aqui diz que estamos no T1-1-A. Talvez isso seja a localização de uma sala.
Olhem, deve haver aqui em algum lugar uma indicação de como chegar nesse
endereço da tela — Mariana disse olhando para o enorme mapa que havia
bem atras do balção da recepção.
— Aqui embaixo tem
uma legenda com algumas letras. T...A...aqui, S. — disse Carlos
olhando fixamente para o mapa.
— E o que isso quer
dizer? — Hugo perguntou.
— Subsolo! — Mariana
respondeu.
— Isso quer dizer que
temos que chegar ao subsolo 2, sala 27 B! — Hugo exclamou.
— Provavelmente. — disse
Carlos.
— Então vamos
logo. — disse João.
Eles seguiram o corredor
repleto de salas fechadas. Depois de andar por cerca de 5 minutos encontraram
um elevador que suportava até 9 pessoas. Então todos entraram e seguiram para o
subsolo 2.
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