O tempo começou a passar
naquele lugar e eu aprendi o que eram horas, aprendi o que eram dias, aprendi o
que eram semanas, e todos pareciam iguais.
Os
dias eram longos e repletos de horas. No meio dos dias
nós tínhamos um momento que saíamos todos da sala 13
e passávamos algum tempo num enorme local em que podíamos
ver o céu, tão longe e magnífico. Por vezes perguntei àqueles que
pereciam comandar o lugar, mas nenhum deles soubera me explicar exatamente o
que era o céu. Cada um me vinha com uma resposta totalmente diferente o que me
deixava apenas mais incerto.
Com
o tempo, um dos outros pequenos acabou se tornando meu amigo. Havia algo de
diferente em sua aparência apesar de todos parecerem ser da mesma
especie, alguns poucos tinham algumas características um tanto
diferente, algo que posteriormente também notei acontecer com os
caninos, e assim era Habib.
Por
vezes Habib me ajudou em determinadas missões em que invadíamos um
enorme galpão que guardava um estoque quase que infinito de suprimentos. Havia
suprimentos de todos os tipos, e após algum tempo alguns
outros também se juntavam em nossas empreitadas em busca desses
suprimentos e todas as vezes nós dividíamos tudo o
que conseguíssemos igualmente.
O
pátio era extenso e repleto de grandes e compridas estruturas escuras cobertas
por milhares de pequenas e finas coisinhas verdes, essas estruturas que alguns
chamavam de arvores. Ao longo do pátio bem em uma de suas extremidades havia o
galpão. Esse galpão era dividido em duas partes. Numa delas haviam duas velhas
senhoras que entregavam alguns desses suprimentos em troca de pequenos e
brilhantes círculos que continham todos um rosto desenhado de um
lado, e estranhos desenhos do outro.
Porém
o verdadeiro tesouro estava na parte outra parte do galpão, era trancada por
uma porta e somente uma das duas velhas senhoras que continha a chave, e elas
revesavam a cada dia qual delas tomaria conta das chaves. As duas vestiam uma
enorme saia na cor cinza e camisas de manga na cor branca. Na divisa entre a
saia e a camisa, haviam algumas alças e numa delas ficava pendurado um jogo
repleto de chaves brilhantes e prateadas, porém apenas uma delas era diferente,
era a chave dourada que nos dava acesso ao galpão com
uma inimaginável variedades de suprimentos, alguns daqueles
suprimentos eram tão especiais e deliciosos que as duas velhas senhoras
guardavam somente para si. Então para podermos ter acesso aquele maravilhoso deposito
nos precisávamos de alguma forma pegar a chave dourada, entrar no
galpão, pegar os suprimentos, sair e devolver a chave dourada sem que fossemos
percebidos.