Capitulo
8 – Portão Norte
Parte
1
Na
pacata Vila Ténor
A enorme Floresta
de Awalon jazia adormecida por milênios no mesmo lugar. Civilizações se
ergueram e sucumbiram ao seu redor, mas a enorme floresta permanecia. Homens
temiam o que desconheciam, temiam o que existia no interior da floresta e
precisavam encontrar uma forma de controlar ou ao menos neutralizar um lugar
onde pessoas entravam para se aventurar e nunca mais eram vistas muito menos
seus corpos eram encontrados. A solução encontrada foi cercar os limites da
floresta isolando-a do resto do mundo, mas aquilo já foi a tanto tempo que as
pessoas se esqueceram do porque havia uma gigantesca muralha cercando aquela
floresta que há anos já era chamada de Reserva Florestal Amazônia.
A Floresta de
Awalon permaneceu esquecida do mundo exceto pelos descendentes de um dos mais
antigos povos da terra, os Saltomus. Eles foram nomeados pelo Grande Rei
Elíadas, que deu seu próprio nome a muralha que construía ao redor da floresta.
Como ele mesmo sabia que nem mesmo seus filhos viveriam o bastante até chegar o
dia em que a construção da Muralha de Elíadas estivesse completa, ele precisava
de alguém que dedicasse sua vida a proteger o mundo do mal que habitava naquela
floresta. Os mais corajosos guerreiros foram nomeados para tal trabalho, foram
nomeados como a Patrulha Saltum.
Os guerreiros da
Patrulha Saltum vagaram por anos sozinhos pela floresta, muitos morreram,
muitos fugiram e muitos simplesmente desapareceram na floresta. Com o passar dos
anos alguns constituíram família ao redor da floresta surgindo assim quatro
grandes vilas, cada uma sitiada em um ponto extremo da floresta. Nas vilas São
Tomé, o protetor dos patrulheiros da floresta, viviam as esposas e os filhos
dos patrulheiros que logo seguiriam os passos dos pais. Com o passar do tempo o
trabalho antes dado pelo Rei Elíadas havia se tornado uma tradição de um povo
que agora se chamava de Saltomus. E quando finalmente a grande muralha estava
pronta, os Saltomus construíram quatro portões que davam entrada para a
Floresta de Awalon.
O Portão Sul era
cercado pela maior cidade Saltom que com a chegada de outras civilizações se
tornou um grande centro militar que foi destruído durante a grande guerra e
permaneceu inabitado até se tornar a cidade de Nova Aliança anos mais tarde. Ao
redor das ruínas do Portão Sul foi construído o Hospital MaxLotus.
O Portão Oeste
sempre foi cercado por um pequeno vilarejo que foi abandonado durante a grande
guerra.
O Portão Leste
também era cercado por um pequeno vilarejo que se tornou uma pequena base de
treinamento militar durante a grande guerra e depois foi abandonada.
O Portão Norte é o
mais distante onde vivia
uma pequena quantidade de Saltomus que deixou o vilarejo para reforçar a proteção dos outros portões durante a grande guerra. Durante a guerra, o vilarejo recebeu novos moradores refugiados que foram bem recebidos pelos poucos Saltomus que ainda lá restavam. O vilarejo passou a ser chamado de Vila Ténor e foi incluído ao mapa depois da guerra.
uma pequena quantidade de Saltomus que deixou o vilarejo para reforçar a proteção dos outros portões durante a grande guerra. Durante a guerra, o vilarejo recebeu novos moradores refugiados que foram bem recebidos pelos poucos Saltomus que ainda lá restavam. O vilarejo passou a ser chamado de Vila Ténor e foi incluído ao mapa depois da guerra.
René Duarv e
Guillian Minor tinham a mesma idade e eram os últimos descendentes dos antigos
Saltomus e os únicos naquela vila que cresceram ouvindo as histórias dos bravos
guerreiros que passaram suas vidas protegendo o mundo do mal que habitava na
temida Floresta de Awalon, nome que agora só era usado pelos morados de Vila
Ténor. Os dois eram se tornaram muito próximos desde a morte dos pais de René
quando ele ainda era um bebê. Desde então ele foi morar com seus avos Rudolf e
Marieta, grandes amigos dos pais de Guillian, onde passou vinte e dois anos de
sua vida. Depois da morte de seu avô e do pai de Guillian, os dois se tornaram
responsáveis pela chegada de comida em casa.
O Portão Norte
agora era mantido fechado durante a noite e aberto durante o dia vigiado por
dois guardas. Mas, pela segurança da população, ninguém passava pelo portão sem
a autorização do prefeito Eduardo Sais. Havia um grupo de caça na cidade que a
cada dois dias entrava na floresta, grupo do qual Guillian e René faziam parte.
Como a Vila Ténor
era muito afastada das outras cidades, até mesmo a autoestrada mais próxima não
era tão próxima assim, não existia muito contato com o resto do mundo e
praticamente tudo o que consumiam era produzido ali mesmo, desde as plantações
às criações de gado e de galinhas dentre alguns poucos caçavam na floresta.
Apesar de não se depararem com nenhum perigo místico na floresta, como nos
contos, havia dezenas de outros perigos com que os caçadores se deparavam. A
floresta era capaz de isolar a luz do sol e até mesmo os sons em alguns lugares
até completamente. Uma vez que estivesse perdido lá dentro era impossível de
encontrar uma de saída.
E foi durante o que
parecia ser apenas mais um dia comum de caça que as coisas na Vila Ténor
começavam a mudar. Sete caçadores retornavam junto com René e Guillian com uma
boa caça, mas havia algo de errado com Guillian, ele estava pálido e mal
conseguia andar. Foi preciso da ajuda de René e Mauro apoiando Guillian, um de
cada lado. Estavam próximos ao portão quando René ouviu um som um tanto incomum
naquela vila. Eram grandes carros militares.
O maior dos carros
tinha seis rodas e parecia mais uma tartaruga. Dele saiu um homem enorme com um
cabelo loiro bem curto e olhos azuis. Ele olhava por toda a vila como se
estivesse em busca de algo.
- Guillian. - Seu
grito ecoou por todo o lugar. Sua voz era tão amedrontadora quanto seu tamanho.
- Quem é você? -
René já estava mais próximo junto Guillian que agora mal se mantinha
consciente.
- Meu jovem, esse aí
do seu lado é Guillian. Estou certo?
- E o que te faz
pensar isto?
- Bom. Se esse seu
amigo desfalecido for Guillian, é melhor traze-lo comigo antes que ele se torne
um perigo para toda essa sua cidade.
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