sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Apocalipse Zumbi (post 26)


Capitulo 8 – Portão Norte
Parte 1
René Duarv
Na pacata Vila Ténor
A enorme Floresta de Awalon jazia adormecida por milênios no mesmo lugar. Civilizações se ergueram e sucumbiram ao seu redor, mas a enorme floresta permanecia. Homens temiam o que desconheciam, temiam o que existia no interior da floresta e precisavam encontrar uma forma de controlar ou ao menos neutralizar um lugar onde pessoas entravam para se aventurar e nunca mais eram vistas muito menos seus corpos eram encontrados. A solução encontrada foi cercar os limites da floresta isolando-a do resto do mundo, mas aquilo já foi a tanto tempo que as pessoas se esqueceram do porque havia uma gigantesca muralha cercando aquela floresta que há anos já era chamada de Reserva Florestal Amazônia.
A Floresta de Awalon permaneceu esquecida do mundo exceto pelos descendentes de um dos mais antigos povos da terra, os Saltomus. Eles foram nomeados pelo Grande Rei Elíadas, que deu seu próprio nome a muralha que construía ao redor da floresta. Como ele mesmo sabia que nem mesmo seus filhos viveriam o bastante até chegar o dia em que a construção da Muralha de Elíadas estivesse completa, ele precisava de alguém que dedicasse sua vida a proteger o mundo do mal que habitava naquela floresta. Os mais corajosos guerreiros foram nomeados para tal trabalho, foram nomeados como a Patrulha Saltum.
Os guerreiros da Patrulha Saltum vagaram por anos sozinhos pela floresta, muitos morreram, muitos fugiram e muitos simplesmente desapareceram na floresta. Com o passar dos anos alguns constituíram família ao redor da floresta surgindo assim quatro grandes vilas, cada uma sitiada em um ponto extremo da floresta. Nas vilas São Tomé, o protetor dos patrulheiros da floresta, viviam as esposas e os filhos dos patrulheiros que logo seguiriam os passos dos pais. Com o passar do tempo o trabalho antes dado pelo Rei Elíadas havia se tornado uma tradição de um povo que agora se chamava de Saltomus. E quando finalmente a grande muralha estava pronta, os Saltomus construíram quatro portões que davam entrada para a Floresta de Awalon.
O Portão Sul era cercado pela maior cidade Saltom que com a chegada de outras civilizações se tornou um grande centro militar que foi destruído durante a grande guerra e permaneceu inabitado até se tornar a cidade de Nova Aliança anos mais tarde. Ao redor das ruínas do Portão Sul foi construído o Hospital MaxLotus.
O Portão Oeste sempre foi cercado por um pequeno vilarejo que foi abandonado durante a grande guerra.
O Portão Leste também era cercado por um pequeno vilarejo que se tornou uma pequena base de treinamento militar durante a grande guerra e depois foi abandonada.
O Portão Norte é o mais distante onde vivia
uma pequena quantidade de Saltomus que deixou o vilarejo para reforçar a proteção dos outros portões durante a grande guerra. Durante a guerra, o vilarejo recebeu novos moradores refugiados que foram bem recebidos pelos poucos Saltomus que ainda lá restavam. O vilarejo passou a ser chamado de Vila Ténor e foi incluído ao mapa depois da guerra.
René Duarv e Guillian Minor tinham a mesma idade e eram os últimos descendentes dos antigos Saltomus e os únicos naquela vila que cresceram ouvindo as histórias dos bravos guerreiros que passaram suas vidas protegendo o mundo do mal que habitava na temida Floresta de Awalon, nome que agora só era usado pelos morados de Vila Ténor. Os dois eram se tornaram muito próximos desde a morte dos pais de René quando ele ainda era um bebê. Desde então ele foi morar com seus avos Rudolf e Marieta, grandes amigos dos pais de Guillian, onde passou vinte e dois anos de sua vida. Depois da morte de seu avô e do pai de Guillian, os dois se tornaram responsáveis pela chegada de comida em casa.
O Portão Norte agora era mantido fechado durante a noite e aberto durante o dia vigiado por dois guardas. Mas, pela segurança da população, ninguém passava pelo portão sem a autorização do prefeito Eduardo Sais. Havia um grupo de caça na cidade que a cada dois dias entrava na floresta, grupo do qual Guillian e René faziam parte.
Como a Vila Ténor era muito afastada das outras cidades, até mesmo a autoestrada mais próxima não era tão próxima assim, não existia muito contato com o resto do mundo e praticamente tudo o que consumiam era produzido ali mesmo, desde as plantações às criações de gado e de galinhas dentre alguns poucos caçavam na floresta. Apesar de não se depararem com nenhum perigo místico na floresta, como nos contos, havia dezenas de outros perigos com que os caçadores se deparavam. A floresta era capaz de isolar a luz do sol e até mesmo os sons em alguns lugares até completamente. Uma vez que estivesse perdido lá dentro era impossível de encontrar uma de saída.
E foi durante o que parecia ser apenas mais um dia comum de caça que as coisas na Vila Ténor começavam a mudar. Sete caçadores retornavam junto com René e Guillian com uma boa caça, mas havia algo de errado com Guillian, ele estava pálido e mal conseguia andar. Foi preciso da ajuda de René e Mauro apoiando Guillian, um de cada lado. Estavam próximos ao portão quando René ouviu um som um tanto incomum naquela vila. Eram grandes carros militares.
O maior dos carros tinha seis rodas e parecia mais uma tartaruga. Dele saiu um homem enorme com um cabelo loiro bem curto e olhos azuis. Ele olhava por toda a vila como se estivesse em busca de algo.
- Guillian. - Seu grito ecoou por todo o lugar. Sua voz era tão amedrontadora quanto seu tamanho.
- Quem é você? - René já estava mais próximo junto Guillian que agora mal se mantinha consciente.
- Meu jovem, esse aí do seu lado é Guillian. Estou certo?
- E o que te faz pensar isto?
- Bom. Se esse seu amigo desfalecido for Guillian, é melhor traze-lo comigo antes que ele se torne um perigo para toda essa sua cidade.

Continue lendo...(próxima sexta-feira parte 2)




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