sexta-feira, 27 de julho de 2012

O Apocalipse Zumbi (post 31)

Capítulo 10 – Malditos Ghouls
Parte 1

René Duarv
Vila Ténor

A porta já estava trancada, mas aquilo não livrava René da ameaça que estava lá fora e ele precisava encontrar algo melhor do que aquela simples porta de madeira para proteger sua avó Marieta.
- Vó? Rápido, temos que encontrar um lugar seguro pra esconder a senhora. - Disse René.
- Me esconder do que? E o que é que está acontecendo lá fora? Que gritaria toda é essa? - Perguntou Marieta.
- Você se lembra daquelas histórias que o vô contava sobre seus antepassados? Bom, parece que algumas delas não eram lendas.
- O que?
- Tinha uma história que ele contava às vezes sobre o Oeste. Sobre os dias sombrios.
- Eu me lembro. Era uma de suas histórias favoritas. Como um de seus antepassados salvou um vilarejo do Oeste de um ataque de Ghouls durante um desses dias sombrios.
- Eu não tenho muita certeza do que eu vi, mas as descrições do vovô batem. Tem umas coisas lá fora atacando a vila. São Ghouls.
- Mas o que você está dizendo? Mesmo que esses Ghouls fossem reais. As lendas eram muito claras em dizer que eles nunca saíam do Oeste. Por mais que fossem criaturas perigosas, existiam coisas piores naquela floresta que até mesmo os Ghouls temiam e por isso nunca saiam do Oeste.
- Vó, eu não pude velos de perto, mas tenho quase certeza de que eram Ghouls, como os da história. E olha só isso. Ainda é meio dia e o céu está escurecendo mais a cada minuto.
Aquilo fez Marieta parar. Era muita informação para processar ao mesmo tempo. Se os Ghouls eram mesmo reais, significava que as outras criaturas de quem seu marido Rudolf contava eram todas reais. Depois de um momento de silêncio ela parecia estar decidida.
- Vá até a sala, empurre o sofá e levante o tapete. Você vai ver um piso falso. Dentro dele tem uma sacola contendo uma arma e roupas usadas pelos seus ancestrais responsáveis pela vigilância da floresta.
Ele o fez e encontrou a sacola. Dentro dela tinha um conjunto de uma roupa um tanto estranha, mas era um tecido marrom feito de algo que René nunca havia visto na vida. Por mais estranho que fosse era algo bem resistente, com certeza o protegeria bem mais do que suas velhas roupas de caça. Além das roupas tinha algo completamente enrolado em um pano velho. Era uma espada. O mais surpreendente era que a lamina da espada ainda estava muito bem afiada que fez com que René cortasse a ponta do dedo indicador com um simples deslizar.
- Olha. Eu tenho certeza de que essa roupa pode ser muito útil. Mas uma espada?
- Seu avô dizia que essa espada foi forjada pelos Agni a mando do próprio Rei Elíadas. Os Agni eram os melhores ferreiros de toda aquela época. Ela tem um símbolo de um dragão esculpido por toda sua empenhadura.
- Empenhadura?
- É a parte onde você segura. Deuses é só olhar que você vai ver onde é.
- É uma espada muito boa e tudo mais. Mas vó. A galera lá fora tá armada com a mais moderna tecnologia e tudo que a gente tem aqui pra se proteger é uma espada de mais de cinco mil anos de idade.
- Não se preocupe. Na casa de Guillian tem um arco e flechas escondido, ele sempre foi muito bom de mira. Vocês vão se sair bem.
- Um arco e flechas? Puta que paril, vamo morrer nessa merda.
- O que foi que você disse meu neto?
- Eh, uh nada não vó. Olha, por que a senhora não se esconde no porão enquanto eu vou buscar esse arco e flechas que vai salvar nossa pele?
- Tudo bem. Já vou indo. Mas tome cuidado e lembre-se do que seu avô lhe ensinou.
Marieta desceu por uma escada escondida que levava ao porão e enquanto isso René vestia as roupas que encontrara até que um barulho veio da porta. Na primeira parecia apenas alguém batendo na porta. Mas logo se tornaram golpes mais fortes. Eram Ghouls tentando arrombar a porta.
René se preparou com a única arma que tinha. Como era canhoto, sacou a espada da bainha presa ao seu cinto com a mão direita e apenas esperou que a porta tombasse. Depois de muitas tentativas, a porta foi ao chão trazendo para dentro de casa a criatura mais horrorosa que René já havia visto na vida até aquele momento.


Continue lendo...(próxima sexta-feira Parte 2)

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