segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O Fantástico Mundo - Momentos de um Passado Perdido

    Perdido em meio a milhares de memórias e constantes sensações de nauseias em meio uma enorme escuridão e uma voz que dizia incessantemente que estava em meu destino. Mas onde é que era esse tal destino? Afinal, o que era o destino?
    Quanto mais buscava memórias sobre qualquer que fosse aquilo que buscava, nada mais encontrava além de um sorriso. Mas que sorriso era aquele? Por longos dias, meses, ou quase um ano fui incapaz de perceber.
    Uma simples fração de segundo, novamente marcada, mas agora havia uma diferença. Podia me movimentar pelo lugar. Ver tudo aquilo que circundava a fonte de toda aquela incerteza do que é que estava acontecendo dentro daquela mente tão conturbada.
    Por horas, dias, talvez por eras passei circulando por aquele lugar. O tempo ali parecia não existir. Apenas um momento congelado estava registrado e ainda assim podia encontrar o suficiente para preencher uma vida sem ter o que faltar.
    A iluminação no lugar era péssima, e com ela havia um zumbido constante de vozes, múrmuros. Do lado direito tinha uma planta, seria aquilo um coqueiro? Disso não tinha certeza, mas podia ver claramente que não cresceria mais do que já havia crescido desde que fora enjaulada dentro daquele vazo de plantas. Ainda assim carregava consigo uma beleza extraordinária que se acentuava ainda mais com aquela pobre iluminação.
    Depois de tanto olhar para todos aqueles rostos eu pode identificar um velho amigo de infância cujo nome não seria capaz de lembrar. Mas que de algo eu lembraria era de sua enorme pança que com o tempo desaparecia. Meu amigo algo parecia dizer, mas nada conseguia entender. Logo depois de examinar o lugar, viu que aquilo era um bar. Em minha direita tudo que havia era um bar. O banheiro era pequeno e apertado, como sabia daquilo, eu não fazia ideia.
    Por mais que todas aquelas informações pareciam me surgir em mente enquanto explorava aquela fração de segundo que estava eternizada em minha mente por algum motivo desconhecido, algo me prendia a atenção. Em meio tudo aquilo havia um sorriso. Uma peruca de longos cabelos cacheados incrivelmente arrepiados tomava conta de toda paisagem, mais aquilo não era um problema. Por algum motivo gostava daquilo. Aqueles olhos estavam bem fechados, mas não o sorriso, e naquela pele morena pobremente iluminada por toda aquela fraca luz amarelada pude perceber que naquele universo havia algo mais que minha simples existência egocêntrica.
    O que era tudo aquilo? Mais uma vez, por muito tempo a resposta fiquei sem saber.

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